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Alfabetização infantil: MEC quer padronizar o que aluno do 2º ano do ensino fundamental deve saber

Estados e municípios têm escalas diferentes do que consideram desempenho adequado para a etapa. Ministério e Inep farão pesquisa com docentes da rede pública para definir política nacional.

O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciaram nesta quarta-feira (22) a realização de uma pesquisa com professores da rede municipal para definir as diretrizes para uma política nacional de alfabetização de crianças. Os resultados serão apresentados em maio.

O objetivo é estabelecer, nacionalmente, qual deve ser o desempenho adequado de um aluno ao final do segundo ano do ensino fundamental em relação aos seus conhecimentos e habilidades na leitura e escrita.

É nessa etapa que, em tese, todos os estudantes ser devidamente alfabetizados, segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que estipula o conteúdo a ser desenvolvido pelas escolas.

O ministro da Educação, Camilo Santana, ressaltou a importância de realizar o levantamento.

"Essa pesquisa nos vai dar um norte, porque existem escalas e padrões de desempenhos próprios que os estados criaram. Precisamos uniformizar esses padrões para que possamos construir essa política nacional." — Camilo Santana, ministro da Educação

Ao apresentar a pesquisa, o presidente do (Inep), Manuel Palacios, destacou a necessidade de fazer esse levantamento diante das inúmeras discrepâncias identificadas entre as redes de ensino pelo país.

Presente ao lançamento, o presidente do Conselho Nacional de Educação, Luiz Curi, alertou que a política não poderia parar na identificação do problema, mas que precisaria avançar, inclusive na formação de professores.

No evento, o ministro aproveitou para anunciar outras medidas da sua gestão, como o reajuste do valor da merenda e do transporte escolar e a retomada de obras paralisadas.

Segundo ele, ao retornar da sua viagem à China, o presidente Lula irá anunciar uma medida provisória para retomar as mais de 3.600 obras que estão paralisadas. "Vamos dar condições para que os prefeitos possam retomá-las", disse.

Além disso, disse que haverá recomposição orçamentária para universidades públicas e institutos federais e que um dos objetivos é garantir conectividade a todas as escolas até o final do governo Lula.

Governo Bolsonaro

No governo Bolsonaro, a Política Nacional de Alfabetização, lançada em abril de 2019, defendia a "priorização" da alfabetização das crianças já no primeiro ano do ensino fundamental e a utilização de conceitos do método fônico.

Esses dois pontos foram recebidos na época com cautela por especialistas porque a política não apontou caminhos nem detalhou como as instituições deveriam agir.

Em relação ao método fônico, eles alertaram que poderia não trazer resultados satisfatórios em alfabetização, além de liberdade do professor na escolha da metodologia mais adequada à alfabetização de seus alunos.

Uma das bandeiras alardeadas pelo MEC no campo da alfabetização de crianças foi o uso de um aplicativo chamado GraphoGame, desenvolvido na Finlândia. Durante a campanha eleitoral no ano passado, Jair Bolsonaro chegou a dizer que, na sua gestão, crianças eram alfabetizadas em seis meses graças à ferramenta.

No entanto, os próprios desenvolvedores da adaptação para o português esclareceram que a ferramenta sozinha não era capaz de alfabetizar estudantes, mas que poderia servir de apoio nesse processo.

Fonte: Portal G1

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