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Gestão escolar conectada aos alunos apoia acesso ao mercado de trabalho

Rede de ensino alagoana criou o Indústria é Coisa Nossa, projeto focado no desenvolvimento de competências para a carreira e vida profissional dos estudantes

Acredito que a educação é fundamental para a mobilidade social, e, sobre isso, eu me refiro à capacidade de transformação que a área tem. Por meio da educação, é possível desenvolver tanto habilidades individuais quanto mudar vidas de uma família – e até mesmo de toda a comunidade. Essa transformação passa, sem dúvidas, pelo desenvolvimento de competências que fomentam a autonomia do estudante, levando-o a perceber o mundo como uma fonte de possibilidades e a compreender que, com intencionalidade, senso ético e princípios solidários, ele pode sonhar, planejar e ir alcançar o que deseja. 

Em 2018, quando assumi a direção de uma das escolas da Rede Sesi Educação, em Maceió (AL), sabia que a organização se preocupava profundamente em preparar seus estudantes para decidirem seus próprios caminhos e que buscava proporcionar a eles as melhores oportunidades e condições para o ingresso no mundo do trabalho. Uma missão arrojada e inspiradora que decidi viver. 

Reconhecendo essa premissa, minha responsabilidade enquanto diretora foi, também, a de criar uma gestão focada no desenvolvimento de competências e capaz de auxiliar na promoção da empregabilidade, formando jovens com perfis mais aderentes às demandas do mercado contemporâneo. 

Com isso em mente, entendi que meu papel ia além das atividades de rotina da gestão escolar. Não que deixasse de administrar a escola ou de analisar as práticas pedagógicas, mas entendi que atuar na gestão significa também identificar como a escola pode ser ponte entre estudante e mercado.

Desse entendimento nasceu o projeto “Indústria é coisa nossa”, que até hoje acontece no mês de maio: no dia 25, comemora-se o Dia da Indústria. A proposta tem como objetivo aproximar os estudantes das possibilidades da vida profissional, ampliando a visão que eles têm sobre o que pretendem seguir das possíveis áreas de atuação e capacidade de inserção no mercado de trabalho.

Os participantes desse projeto são, em sua maioria, estudantes do ensino médio, etapa onde as dúvidas sobre futuro profissional e carreira começam a aparecer. É nesse momento que a busca pelo primeiro emprego, além da participação no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), ganham espaço nas preocupações dos adolescentes e quando eles percebem que é preciso começar a pensar sobre qualificação e como estabelecer uma rede de contatos. A escola precisa estar pronta para auxiliá-lo, ampliando os horizontes e apresentando possibilidades reais. 

A primeira edição do “Indústria é Coisa Nossa” aconteceu em maio de 2022. Na ocasião, reunimos jovens interessados em dar os primeiros passos na carreira e profissionais em busca de pessoas com esse perfil. 

Desde o início, o projeto tem se mostrado um sucesso, mobilizando a indústria local e toda a escola, provocando o encontro entre diretores da indústria alagoana e um público ansioso por conhecer o potencial do mercado. Foi o que me disse o estudante Luiz Carlos, do primeiro ano do ensino médio: “Eventos como esse trazem conhecimento e despertam minha fé [em atuar] aqui na indústria de Alagoas”.

Em 2024 chegamos à terceira edição do projeto, avançando para outras escolas da rede e ampliando o alcance para outras turmas. O futuro aponta para caminhos mais dinâmicos e, por isso, é fundamental que a escola ofereça experiências que levarão os estudantes ao desenvolvimento pleno de competências que os preparem para a vida e para o mercado de trabalho.

O “Indústria é Coisa Nossa” é mais uma ferramenta para conscientizar o aluno sobre seu lugar no mundo e sobre a força que ele tem em fazer seu futuro acontecer. Impacta não apenas o corpo discente, mas toda a escola, em especial equipe técnica e docente, que se envolve no projeto, planeja as ações para o evento, pensa nos nomes que podem participar das atividades, sejam rodas de conversa, painéis ou palestras, criando uma atmosfera coletiva de engajamento e estímulo, envolvendo toda a comunidade escolar.

A articulação da parceria entre mercado de trabalho e aprendizes fortalece e amplia a inovação nas diversas áreas produtivas, gerando efeitos muito positivos, tanto para o desenvolvimento dos jovens, quanto para os empregadores locais.

Alessandra Damacena - Relações Públicas, Pedagoga, Mestra em Educação. Diretora da Escola Sesi Cambona, em Maceió, Alagoas.

Fonte: Portal Porvir - Alessandra Damacena

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