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MEC divulga orientações para escolas diante de queimadas e poluição do ar elevada

Lista divulgada nesta terça-feira destaca medidas de proteção e segurança, incluindo a suspensão de aulas em casos extremos

Tem dias em que o céu mal pode ser visto, e o calor também se torna insuportável. Nas últimas semanas, muitas regiões do país têm enfrentado um clima tão atípico, que até os mais céticos da crise climática ganharam novos motivos para reconsiderar sua posição. As fotos do sol alaranjado circulam no Instagram, mas o efeito não é apenas estético para ganhar curtidas. O que muitos usuários registraram é o resultado de uma interação entre a luz solar e as partículas de fumaça das queimadas dispersas na atmosfera. 

O ar está pouco respirável. Uma análise recente feita pela IQAir, empresa suíça focada em qualidade do ar, classificou São Paulo entre os locais com maiores níveis de poluição no mundo. Porto Velho (RO) também apareceu na lista de cidades em que a qualidade do ar é muito ruim.

Esse cenário está em grande parte ligado às queimadas que tomam conta do país. De acordo com o Monitor do Fogo, um projeto organizado pela rede MapBiomas, 49% da área devastada por incêndios no Brasil em 2024 foi queimada em agosto. Em termos de extensão territorial, é como se uma Paraíba inteira tivesse sido queimada.

Isso impacta diretamente o sistema respiratório e a rotina das pessoas, que são, por vezes, obrigadas a evitar atividades ao ar livre ou recorrer às máscaras da época da pandemia de covid-19 durante os picos de poluição.

O mapa apresentado pelo Monitor de Secas deixa bem claro que grande parte do país passa por um período de seca extrema. Os gráficos de agosto deste ano mostram quadros de seca grave e extrema entre as regiões sudeste, centro oeste e norte. 

Todos os 62 municípios do Amazonas estão em emergência ambiental. Brasília (DF) atingiu nesta terça-feira (17) a marca de 147 dias sem chuva, igualando a segunda pior seca de sua história. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Brasília é a segunda capital brasileira com mais dias sem precipitação em 2024, ficando atrás apenas de Belo Horizonte (MG), que já acumula 150 dias sem chuva.

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A situação de calor e seca alerta para necessidade de cuidados, especialmente no ambiente escolar. Nesta terça-feira (17), o MEC (Ministério da Educação) publicou recomendações para que as escolas adotem medidas de prevenção e adaptem suas atividades, a fim de garantir a segurança e o bem-estar dos alunos, professores e demais profissionais envolvidos na educação.

Recomendações:

  1. Evitar atividades ao ar livre: em dias de alta poluição, mantenha atividades como educação física e recreio em ambientes fechados e ventilados. Reduza ao máximo as atividades externas para minimizar os riscos.

  2. Promover atividades internas: incentive jogos educativos, leitura, debates sobre meio ambiente e saúde, além de atividades artísticas. Essas opções mantêm o engajamento dos alunos sem expô-los a condições adversas.

  3. Incentivar a hidratação: reforce a necessidade de beber bastante água. Peça que os alunos tragam garrafas e façam pausas regulares, pois a hidratação ajuda a eliminar toxinas e proteger as vias respiratórias.

  4. Fechar janelas e portas: durante picos de poluição, controle a ventilação e umidade internas, usando ventiladores e umidificadores sempre que possível.

  5. Monitorar sintomas de saúde: saiba identificar sinais de exposição à poluição, como náusea, febre, falta de ar, tontura, confusão mental e dores. Em caso de sintomas graves, busque atendimento médico. Monitore alunos e profissionais com condições preexistentes e dê atenção especial a crianças pequenas, gestantes, idosos e pessoas com problemas respiratórios, cardíacos ou imunológicos.

Medidas adicionais para segurança e proteção:

  1. Uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual): incentive o uso de máscaras para alunos e funcionários que precisem sair ao ar livre durante picos de poluição, explicando sua importância e uso correto.

  2. Identificação de áreas seguras: crie espaços internos com melhor qualidade do ar para alunos com problemas respiratórios, utilizando filtros de ar de alta eficiência, se disponíveis.

  3. Comunicação com a comunidade: mantenha parcerias com autoridades de saúde e meteorologia para obter informações sobre a qualidade do ar. Informe os pais sobre as medidas adotadas e ofereça orientações para proteger as crianças.

  4. Educação sobre poluição e saúde: promova atividades que ensinem os alunos sobre os efeitos da poluição e como proteger o sistema respiratório.

  5. Limpeza das instalações: intensifique a limpeza das áreas internas para reduzir partículas poluentes, utilizando aspiradores com filtros, se disponíveis.

  6. Suspensão das aulas presenciais: considere suspender as aulas como última alternativa, em casos de qualidade do ar “muito ruim” ou “péssima”, avaliando as condições de biossegurança com a comunidade.

Fonte: Portal Porvir - Redação

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