Se a criatividade dos estudantes anda em baixa, como estimular a mudança?
Selecionamos reportagens, projetos escolares e materiais para download que tornam as aulas mais atraentes e ajudam a resgatar o pensamento criativo dos alunos
O recém-divulgado resultado do Pisa, avaliação internacional para estudantes com 15 anos realizada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), colocou os brasileiros nas fileiras de trás quando o assunto é pensamento criativo.
Nesta edição, a prova foi além de identificar os níveis em matemática, ciências e leitura. Com o tema “Mentes criativas e escolas criativas”, teve como proposta avaliar como os diferentes países integram a criatividade nos currículos escolares, com vistas a formar cidadãos capazes de explorar novas perspectivas para solucionar problemas de maneira original e eficaz.
Com 23 pontos, na 49ª posição, o Brasil está “entre os países que apresentaram resultado significativamente abaixo da média da OCDE”, explicou o diretor de Educação e Competências, da OCDE, Andreas Schleicher, durante a divulgação do levantamento pela entidade. Singapura se destacou como o país com melhor desempenho em pensamento criativo, de acordo com um ranking de 64 países elaborado pela OCDE em 2024, com base nos dados do Pisa 2022 (o atraso se deve ao período da pandemia). O resultado serve como mais um sinal de alerta: o modelo educacional brasileiro precisa mudar.
Pontos a recuperar
O levantamento revelou ainda diferenças de desempenho por gênero em termos de pensamento criativo, com as meninas superando os meninos. A OCDE atribui esse resultado ao maior hábito de leitura entre as meninas. Em nenhum país os meninos superaram as meninas, que marcaram, em média, 3 pontos a mais em pensamento criativo.
“As diferenças de gênero e socioeconômicas no desempenho persistem em todos os tipos de tarefas. Meninas se apresentaram particularmente melhor do que os meninos em trabalhos de expressão escrita e naquelas que exigem que eles desenvolvam as ideias dos outros. As diferenças socioeconômicas no desempenho são maiores no domínio da expressão escrita”, acrescenta a pesquisa.
Soluções
Publicações aqui no Porvir ao longo dos anos mostram que não é de um dia para o outro que a educação brasileira vai se atualizar. Criatividade não é uma mágica e o peso do modelo tradicional, baseado na transmissão de conteúdo e na memorização de informações, ainda é enorme.
Isso não quer dizer que não existem maneiras de abordar os currículos de maneira criativa sendo colocadas em prática em escolas brasileiras. Os exemplos existem, porém, ainda são isolados, com projetos capitaneados por um professor dentro da escola, ou ainda por poucas escolas em uma rede.
Confira uma seleção de ideias criativas levadas para a prática de sala de aula em diferentes publicações do Porvir ou em sites parceiros.
Boas práticas
E-book Prêmio Professor Porvir
Do Amazonas ao Rio Grande do Sul, 13 educadores mostram, em suas práticas pedagógicas reunidas neste e-book e premiadas em maio de 2024, a força da profissão docente e a criatividade da educação brasileira. Da educação infantil ao ensino médio, além de atividades focadas nas jornadas de educação socioemocional e antirracista, projeto de vida, tecnologia e metodologias ativas, as iniciativas desafiam o modelo de ensino tradicional e promovem um aprendizado mais dinâmico e inclusivo.
E-book Aprendizagem Criativa em sala de aula: uma coleção de atividades para o explorar o currículo
O e-book criado pela RBAC (Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa) com apoio do Porvir sugere práticas que combinam o que é necessário do ponto de vista curricular com o interesse dos estudantes, incentivando a exploração lúdica dos conceitos, dos materiais e do processo criativo para favorecer o desenvolvimento de competências e habilidades.
E-book Ação de transformação de uma escola criativa: 30 práticas inspiradoras
Neste e-book, o Programa Escolas Criativas compartilha 30 iniciativas selecionadas a partir do edital de práticas inspiradoras “Nossa Escola mais Criativa”. O material pode trazer novas ideias para a prática pedagógica, seja na sala de aula, na gestão da escola e/ou na mobilização da comunidade.
Desde 2014, os professores compartilham seus projetos aqui no Porvir, nas diferentes etapas da educação básica, da rede pública e privada. A criatividade e inovação são marcas dessas iniciativas, voltadas a atividades de alfabetização, educação antirracista, socioemocional, trabalho com teatro, cinema e inclusão. A tecnologia está presente em parte dos relatos, em escolas de diferentes contextos e infraestrutura.
Especiais do Porvir
Educação Mão na Massa
Material exclusivo que traz conceitos de aprendizagem na prática, bem como exemplos de escolas públicas que colecionam bons resultados a partir do momento em que adotaram uma abordagem de projetos, seja com atividades de robótica, criatividade, educomunicação, entre outros. Com um simulador de laboratório maker (também conhecido como laboratório de criatividade ou de fabricação digital), o site apresenta diferentes atividades que podem ser desenvolvidas nesses espaços, que estão gradualmente substituindo os antigos laboratórios de informática com computadores fixos.
Desenvolvido por Porvir, Oi Futuro e British Council, o material mostra a educadores e gestores das redes pública e privada como promover práticas pedagógicas que estimulem os jovens a empreenderem com foco em soluções para a sociedade e o meio ambiente. O especial mostra como conectar empreendedorismo de impacto social e escola, incorporando o tema ao currículo, às práticas pedagógicas e ao dia a dia dos alunos. São dicas, estratégias e casos reais, do Brasil e do Reino Unido, que servem de apoio e inspiração para gerar experiências que estimulem os jovens a empreenderem para transformar o mundo.
Série Todos Podem Aprender Matemática
Infográficos, relatos de prática e reportagens mostram como a matemática pode ser aberta, criativa e visual.
Sugestões de atividades
6 roteiros de atividades escolares que apostam na criatividade e no protagonismo do estudante
O Porvir se uniu à RBAC (Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa), ao UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e à Fundação Lemann para apresentar atividades do Programa Ação Criativa, visando aulas mais criativas e que promovam o protagonismo dos estudantes.
*Com informações da Agência Brasil
Fonte: Portal Porvir - Redação